6 Dicas para contratar um seguro de Automóvel
1 – Escolha um bom Corretor
Um bom Corretor ou empresa Corretora de Seguros, pode gerar economias não só no valor do prêmio, mas também de tempo em caso de sinistros (eventos em que o bem segurado sofre um acidente ou prejuízo e que representam a materialização do risco).
Mas, como encontrar um bom Corretor? “Um bom profissional é reconhecido desde a primeira abordagem e principalmente no dia do sinistro, quando o segurado precisa ter o suporte necessário. Ao contratar seguros na agência do banco já pode ser mais difícil ter esse atendimento especializado”, afirma Adriano Gomes, especialista em seguros e professor do Curso de Administração e MBA da ESPM.
Além de se esforçar para buscar a apólice com melhor preço, um corretor mais atencioso deve orientar o cliente à preencher corretamente o Questionário de Avaliação de Risco (Q.A.R.), cujas respostas podem gerar descontos e podem acelerar o processo de indenização, afinal um Corretor mais experiente sabe que respostas inverídicas vão trazer problemas e podem até fazer com que a Seguradora negue o pagamento do sinistro.
A contratação de um seguro é baseada no princípio da boa-fé, segundo o qual as empresas confiam que o segurado está agindo com honestidade ao passar as informações à Seguradora. A Seguradora só precifica o que o cliente menciona, mas se ela verifica algo que ele omitiu, é sinal de que ele agiu por má-fé e a indenização pode ser negada.
Além do tradicional boca a boca, pesquisar na internet, verificar a origem de e-mail MKT recebidos, o Diretor da FenSega firma que para chegar a um bom corretor é importante pesquisar o seu número de registro junto à Susep, que mostra se o corretor é um profissional habilitado. “O Corretor de seguros não é como o corretor de imóveis que depois de fechar o negócio sai de cena. Ele acompanha o cliente durante a vigência do seguro e até depois, por exemplo, caso haja sinistro, bem como se o cliente não estiver satisfeito com a indenização e entre com um processo contra a seguradora”, afirma.
2 – Faça cotações em mais de uma Seguradora
A comparação de preços é muito comum nas compras em supermercados, de carros e outros bens, mas não tanto com os seguros. Mas, assim como em qualquer outra compra, sai na vantagem quem pesquisa. E se antes os corretores conseguiam comparar preços em apenas em quatro ou cinco empresas, hoje algumas corretoras permitem simular preços em mais de 10 Seguradoras, em poucos cliques, e de graça.
3 – Evite economias tolas
Uma economia de R$200 reais ou menos na contratação da apólice pode gerar prejuízos de milhares de reais lá na frente. É o que pode ocorrer com segurados que se preocupam muito com a cobertura contra roubo, mas não se atentam à cobertura de Danos a Terceiros.
“O seguro serve não só para proteger seu bem, como para arcar com prejuízos causados a terceiros”, diz Adriano Gomes. Segundo ele, as coberturas a terceiros costumam ser de $50 mil reais, mas podem ser ampliadas a $500 mil reais com um custo adicional de apenas $200 reais.
O professor acrescenta que essa cobertura engloba não só eventuais danos a carros de terceiros, como indenizações por danos corporais a terceiros e danos morais. “Em um atropelamento com vítima fatal, o Juiz define a indenização observando o rendimento recente do falecido, multiplicado pelos anos de vida que ela teria pela frente. Essa indenização pode passar de 1 milhão de reais facilmente “, diz Gomes.
Muitos clientes buscam economizar no seguro justamente contratando a cobertura a terceiros mais básica, de 50 mil reais. Se o cliente bate em um Citroën C4 de $70 mil reais, a cobertura mínima paga só $50 mil reais. Era melhor pagar $200 reais a mais e ampliar a cobertura do que pagar esses $20 mil reais que o seguro não cobre.
Alerta para economias no carro reserva e na quilometragem do guincho. Para contratar o carro reserva por 15 dias, o cliente pode pagar entre $100 a $300 reais a mais, o que pode sair mais barato do que o uso de um táxi durante o período reparo do carro, que costuma ser de menos dez dias.
Se o raio de quilometragem do guincho for de 100 quilômetros e o cliente costuma usar o carro para viajar por distâncias maiores, também vale consultar os custos para ampliar o raio de cobertura do guincho, como por exemplo: Quilometragem ilimitada.
4 – Não preencha o formulário com preguiça
Preencher formulários não é nada divertido, mas tratá-los com paciência e carinho pode render bons descontos. Os dados neles contidos são fundamentais para mostrar o perfil de risco do segurado e formar o preço do seguro. Falamos novamente aqui sobre o Questionário de Avaliação de Risco (Q.A.R.).
Uma questão que costuma gerar descontos, mas que os clientes respondem de maneira negligente é a Quilometragem média de rodagem. As pessoas não têm ideia da quilometragem e chutam. Quanto maior a quilometragem rodada, maior o risco ao qual o carro fica exposto e mais caro fica o seguro. O ideal é colocar a quilometragem mais próxima da sua realidade.
Informar com precisão quem fará uso do veículo também faz toda a diferença no preço. De acordo com Neival Freitas, se o carro é compartilhado pela mãe e pelo filho de 18 anos, mas ela usará o carro na maior parte do tempo, informar isso no questionário pode render descontos, mas é importante ser realista. “Se ela não for a principal condutora, mas sim o filho e ele bater o carro a seguradora pode se negar a indenizar o cliente”.
Usar um endereço de residência diferente do seu; omitir a informação de que o carro é usado por mais de uma pessoa; ou dizer que o carro é estacionado em garagem quando fica na rua são fraudes clássicas. E da mesma forma que os segurados praticam essas fraudes desde os tempos de suas avós, as Seguradoras também estão habituadas a flagrar essas “mentirinhas” há um bom tempo.
Em alguns casos a declaração pode até ter um fundo de verdade, mas isso não basta. Os dados devem condizer totalmente com a realidade. Se o cliente tem uma casa no campo e coloca o endereço da chácara como sua principal residência, caso a Seguradora comprove que ele reside na capital isso pode ensejar uma negativa de indenização.
5 – Calcule se é melhor aumentar a Franquia ou o valor do prêmio
A Franquia ou Participação Obrigatória do Segurado (P.O.S.), é o valor que o segurado desembolsa para cobrir parte do prejuízo quando ocorre algum tipo de dano parcial ao seu veículo – excluindo danos a terceiros – e a seguradora é acionada. Quanto maior o valor da franquia, menor o valor do prêmio do seguro, e vice-versa.
Existem três (3) principais tipos de franquia: Normal, Reduzida e Majorada. Na Majorada, o valor do seguro é menor, mas na ocorrência de um sinistro o valor pago pelo segurado pelo conserto do carro é maior. Já na franquia Normal (ou básica), o valor do seguro aumenta, mas a franquia fica mais barata. Na franquia Reduzida, como o nome sugere, o valor pago pela franquia é bem mais baixo, mas o valor final do seguro é mais alto. Existe um outro tipo menos comum que é a Franquia Isenta, como o próprio nome diz não há franquia em sinistros parciais, mas o valor do seguro (prêmio), é bem mais caro.
6 – Informe o corretor sobre eventuais mudanças
Assim como preencher o questionário da maneira correta pode render descontos, atualizar informações ao renovar também. Às vezes o segurado pode ter um desconto porque não tinha garagem no trabalho, foi promovido e agora tem, ou a empresa mudou para uma região menos perigosa, ou utilizava o veículo para ir à Faculdade e acabou de se formar.
Também é preciso informar ao corretor mudanças que possam encarecer o seguro para evitar que a seguradora negue a indenização ao cliente em caso de sinistro. Se a pessoa só fazia uso do carro para lazer e se tornou representante comercial, utilizando o veículo em visitas a clientes, ela alterou todo o seu perfil de risco (perfil do condutor), e isso deve ser informado para não gerar problemas no sinistro.